Saúde acessível: o papel das farmácias no enfrentamento aos desafios da saúde pública no Brasil
Profissionais da linha de frente discutem soluções clínicas, gestão ética e integração com o SUS

Em meio ao agravamento das filas por atendimento médico, escassez de recursos nos postos de saúde e crescente demanda por serviços básicos, as farmácias têm assumido um novo protagonismo no suporte à saúde pública no Brasil. Longe de serem apenas pontos de venda de medicamentos, elas têm se consolidado como estruturas complementares ao SUS, oferecendo acolhimento, orientação clínica e até mesmo monitoramento terapêutico.
Para entender como essa transformação vem acontecendo na prática, a reportagem ouviu Gianna Emanuela Portilho Lima, profissional de referência na área e uma das vozes mais atuantes na defesa da farmácia como espaço de atenção integral à saúde.
Gianna Emanuela.
“Hoje, é impossível falar de saúde acessível sem considerar o papel das farmácias. Elas estão presentes em todas as regiões do país e muitas vezes são o primeiro contato do paciente com algum tipo de cuidado. Nosso desafio é transformar esse contato em um ponto de virada para a saúde do cidadão”, afirma Gianna.
Desde o início de sua trajetória, Gianna vem se destacando por sua atuação em redes de farmácias de grande porte, implantou protocolos de atendimento humanizado e promoveu a integração de práticas clínicas com a rotina operacional do varejo. Para ela, o impacto clínico e social das farmácias é real, mensurável e crescente.
“Treinamos profissionais para entender o paciente, interpretar sintomas, realizar acompanhamentos de pressão arterial, glicemia, orientação de uso de medicamentos e adesão ao tratamento. Tudo isso dentro do ambiente da farmácia, com ética, segurança e proximidade.”
A especialista explica que, ao aproximar o serviço clínico da população, a farmácia também ajuda a desafogar os sistemas de urgência e atenção básica do SUS. “Se conseguimos orientar corretamente sobre o uso de um medicamento para dor, febre ou tratamento crônico, evitamos um agravamento que levaria o paciente ao pronto atendimento. Esse impacto é gigantesco, mas ainda subestimado”, pontua.
Além disso, Gianna destaca o compromisso ético de sua profissão, que inclui a responsabilidade de garantir que o acesso ao medicamento venha acompanhado de informação e cuidado. “Entregar o remédio não basta. É preciso garantir que o paciente entenda, confie e se sinta seguro no tratamento. Isso é saúde pública real.”
Mesmo antes da regulamentação de diversos serviços clínicos no ambiente farmacêutico ganhar força no país, Gianna já implementava ações internas de educação contínua, humanização e escuta ativa, convencida de que uma farmácia só cumpre seu papel social quando está preparada para orientar, acolher e transformar rotinas em cuidado.
“A farmácia moderna é um espaço vivo de promoção à saúde. E isso só é possível com gestão responsável, equipes bem treinadas e uma visão ética e social do atendimento”, conclui.
Com sua experiência acumulada em ambientes exigentes, Gianna se consolidou como uma das vozes de autoridade no setor, sendo constantemente convidada para eventos e projetos de capacitação técnica voltados à melhoria do atendimento farmacêutico e à integração das farmácias com as políticas públicas de saúde.