Cidades em expansão: Como a infraestrutura urbana tem impulsionado o setor de pré-moldados no Nordeste
Com a retomada de obras públicas e privadas em municípios de médio porte, empresários do setor da construção civil destacam crescimento na demanda por soluções estruturais mais rápidas e econômicas

A construção civil voltou a se aquecer no início de 2025 com a retomada de projetos de urbanização e infraestrutura em diversos municípios do Nordeste, especialmente no Ceará, Piauí e Maranhão. A movimentação, impulsionada por programas estaduais de habitação e expansão urbana, vem provocando um efeito direto sobre indústrias locais de artefatos de concreto, que buscam aumentar sua capacidade de produção para atender à demanda.
Um dos segmentos que mais têm crescido é o de pré-moldados de concreto, utilizados na construção de calçadas, redes elétricas, esgotamento sanitário e pavimentações. A praticidade, rapidez de instalação e resistência dos materiais têm sido decisivas para obras com prazos enxutos e orçamentos controlados.
Segundo levantamento divulgado pela Associação Brasileira da Indústria de Artefatos de Cimento (ABIAC), o consumo de blocos, manilhas, pisos intertravados e postes de concreto cresceu 12,4% na região Nordeste no último semestre de 2024, com projeção de alta contínua nos primeiros trimestres de 2025.
Especialista explica os bastidores do crescimento
Empresários locais, com longa atuação no setor, têm observado esse avanço de perto. Um dos nomes de referência nesse mercado é Flávio Gleyton Teixeira Lima, fundador da Propostes Indústria e Comércio.
“Nos últimos anos, investimos fortemente na qualidade dos nossos processos. A certificação ISO 9001, que conquistamos, e o selo da ABCP para nossas linhas de blocos e pisos garantem ao cliente final a segurança necessária para obras públicas e privadas. Hoje, uma construtora precisa saber que o que está comprando cumpre normas e tem desempenho técnico comprovado”, explica o empresário.
Flávio lidera a Propostes desde a sua fundação. Em 2024, a empresa consolidou sua atuação em três estados nordestinos, ampliando a capacidade de fornecimento para cidades de médio porte que, agora, vivem ciclos de urbanização acelerada.
“Com os municípios recebendo novos investimentos para obras de infraestrutura básica e habitação popular, a demanda por peças padronizadas e com entrega rápida explodiu. Conseguimos responder a isso porque mantemos estoques dimensionados, equipes treinadas e produção em ritmo industrial. Isso só é possível com planejamento, reinvestimento e compromisso com a excelência”, conclui.
Perspectiva para o primeiro semestre
Com os primeiros editais públicos de 2025 já em circulação, empresas do setor esperam uma movimentação ainda maior nos próximos meses. A combinação entre investimentos governamentais, crescimento de loteamentos urbanos e pressão por obras de mobilidade deve manter o setor aquecido.
Especialistas também apontam que soluções padronizadas e certificadas em concreto continuarão sendo fundamentais para garantir qualidade e prazos viáveis em projetos urbanos fora dos grandes centros — onde a velocidade de execução pode significar o sucesso ou o fracasso de uma obra.