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Rio de Janeiro,27/07/2025

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O ciclo invisível dos negócios no Brasil: por que muitos empreendedores falham mesmo faturando bem?

Especialistas alertam que não basta vender — é preciso entender a hora de sair, reestruturar ou pivotar modelos empresariais

Mercurios
O ciclo invisível dos negócios no Brasil: por que muitos empreendedores falham mesmo faturando bem? Reprodução

Nos últimos anos, o Brasil viu crescer uma nova geração de pequenos e médios empreendedores, muitos deles conquistando faturamentos expressivos em segmentos diversos como alimentação, serviços, construção civil e tecnologia local. Porém, os números de fechamento de empresas seguem alarmantes. Segundo dados do Mapa de Empresas do Governo Federal, mais de 1,3 milhão de CNPJs foram encerrados entre janeiro e agosto de 2024 — muitos deles com operações ainda ativas e receitas consideráveis.

A explicação para esse paradoxo? Falta de visão estratégica sobre o ciclo do negócio. Segundo especialistas, a ideia de que um bom faturamento é sinônimo de sucesso empresarial é um dos equívocos mais prejudiciais ao empreendedor brasileiro.

“Não é raro vermos empresas que faturam bem, mas consomem toda sua margem em operações mal estruturadas. Faturamento alto não significa rentabilidade — e muito menos saúde empresarial”, afirma Castilho Marques de Oliveira Júnior, empresário com trajetória consolidada na criação, desenvolvimento e venda de negócios em múltiplos setores.

Até o final de 2024, Castilho já havia vendido ou repassado com lucro mais de 10 operações empresariais no Brasil, atuando nos segmentos de serviços, alimentação, imóveis e soluções comerciais. Seu diferencial, segundo ele próprio, está em entender que todo modelo tem um ciclo — e que o apego ao que “já funcionou” pode ser fatal para a continuidade dos resultados.

“O maior erro que vejo em empresários é a incapacidade de perceber que seu modelo de negócio venceu. Achar que porque deu certo uma vez, vai durar para sempre, é o que destrói empresas com histórico de sucesso”, comenta.

O “timing” da venda ou da reestruturação, segundo Castilho, é o que separa empreendedores de operadores. Enquanto o primeiro observa o mercado e se antecipa, o segundo insiste até ver os números ruírem. “Se você espera o lucro cair para só então repensar o modelo, provavelmente está atrasado”, alerta.

Números que preocupam

Dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e do Sebrae mostram que 47% dos empresários brasileiros não possuem plano de sucessão nem estratégia de saída. Entre os que fecharam empresas nos últimos dois anos, 62% disseram que a decisão foi tomada de forma reativa, após prejuízos prolongados ou perda de mercado — e não com base em planejamento.

Além disso, apenas 18% das pequenas e médias empresas realizam avaliação formal de seus modelos de negócio a cada 12 meses, o que dificulta a identificação de riscos, gargalos ou pontos de transição necessários.

Castilho reforça que saber sair é parte da inteligência de permanecer. “Muitas vezes, vender no pico é mais inteligente do que tentar dobrar o tamanho da operação. O risco de desgaste é alto, e o mercado muda rápido. Lucro se protege com estratégia, não com emoção.”

Para ele, pivotar, vender ou remodelar não são sinais de fraqueza — são recursos de gestão madura. E é justamente essa maturidade que está faltando em muitos empreendedores que confundem volume de vendas com longevidade empresarial.

Conclusão

Em um país onde a resiliência empresarial é muitas vezes confundida com teimosia, vozes como a de Castilho Marques de Oliveira Júnior ganham espaço ao trazer uma visão mais técnica, estruturada e orientada por ciclos reais de negócio. Empreender bem é saber crescer, mas também saber sair.





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