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Rio de Janeiro,27/07/2025

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Compliance Inteligente: A Nova arma das corporações contra crises de reputação

Especialistas apontam que prevenir riscos com governança jurídica adaptável será prioridade em 2025.

Mercurios
Compliance Inteligente: A Nova arma das corporações contra crises de reputação Reprodução

Diante da crescente pressão por transparência, ética e responsabilidade corporativa, empresas em todo o mundo têm reconfigurado seus departamentos jurídicos e de compliance, transformando-os em verdadeiros núcleos de inteligência estratégica. A preocupação central é clara: mitigar riscos reputacionais em um cenário global cada vez mais sensível a desvios de conduta, violações regulatórias e omissões operacionais. Em um ambiente hiperconectado e vigilante, qualquer deslize — mesmo que pontual — pode gerar impactos reputacionais duradouros e difícil reversão.

Em 2025, crises de imagem corporativa não esperam mais por escândalos de grande porte. Uma resposta tardia a normativas locais, a gestão equivocada de dados sensíveis ou uma incompatibilidade entre discurso e prática podem desencadear reações negativas em cadeia — alimentadas por redes sociais, cobertura midiática e movimentações do mercado financeiro. Nesse contexto, o chamado compliance inteligente, modelo que integra governança jurídica adaptável, monitoramento contínuo e tecnologia preditiva, desponta como divisor entre empresas resilientes e aquelas vulneráveis à obsolescência reputacional.

Segundo levantamento da consultoria PwC, 87% dos CEOs de mercados maduros já consideram a reputação corporativa como um dos principais ativos intangíveis de suas organizações, superando inclusive métricas tradicionais de lucratividade de curto prazo. A previsibilidade regulatória, aliada ao alinhamento ético e à transparência ativa, tornou-se elemento central na manutenção da confiança de stakeholders, investidores e consumidores — com potencial direto na valorização da marca e na retenção de talentos.

Essa mudança de paradigma ganhou força com casos emblemáticos que vieram à tona nos últimos anos, envolvendo grandes corporações nos Estados Unidos, Europa e América Latina. Setores como tecnologia, saúde, finanças e logística registraram prejuízos bilionários e queda acelerada no valor de mercado por falhas estruturais na detecção e resposta a riscos jurídicos e reputacionais. Em muitos desses episódios, o que se revelou não foi a ausência de regras, mas a fragilidade dos sistemas internos de integridade e da capacidade de resposta frente à crise.

No Brasil, o avanço da Lei Anticorrupção e o fortalecimento das estruturas de integridade — tanto nas empresas privadas quanto nas instituições públicas — abriram caminho para uma nova geração de líderes jurídicos. São profissionais mais conectados com o core business, com forte atuação transversal e visão ampliada sobre riscos reputacionais. O jurídico, antes visto como função consultiva reativa, assume uma nova posição como força motriz da cultura organizacional e da preservação da imagem institucional.

O olhar da especialista: inovação jurídica para proteger reputações

Nurimar Elias Frigeri é conhecida por liderar projetos jurídicos inovadores em grandes multinacionais e atua na coordenação de iniciativas voltadas à construção de ecossistemas de integridade e conformidade adaptativa em empresas multinacionais. Para ela, o papel do jurídico mudou radicalmente: não basta reagir às crises — é preciso antecipá-las. 

“Hoje, o jurídico que protege reputações não é o que reage, mas o que antecipa. Isso exige combinar tecnologia, inteligência de dados e sensibilidade humana. Compliance inteligente é mais do que seguir regras, é entender o impacto que cada decisão pode ter na percepção pública e no posicionamento estratégico da empresa.”

Ela ressalta que a integração entre jurídico, compliance, tecnologia e comunicação deve ser fluida, sistêmica e contínua. Não basta estruturar uma área de integridade robusta — é essencial garantir que ela esteja alinhada aos demais setores e incorporada à cultura operacional da empresa. “A reputação é construída no detalhes do dia a dia: na coerência entre discurso institucional e as ações práticas, na atenção às operações críticas e, principalmente, na velocidade da resposta quando algo foge ao padrão”.

Além disso, Nurimar destaca o papel do jurídico nos altos escalões de decisão. O General Counsel do futuro, segundo ela, precisa dominar diversas competências simultaneamente: estratégia, comunicação, gestão regulatória e diálogo com tecnologias emergentes. “Os General Counsels do futuro precisam ser estrategistas, comunicadores e visionários. Precisam dialogar com reguladores, com consumidores e com a inteligência artificial, tudo ao mesmo tempo.”

A tendência para os próximos anos é clara: o compliance inteligente deve se consolidar como ferramenta central de valorização corporativa no mercado global. De escudo contra crises, passa a ocupar posição de destaque como diferencial competitivo, contribuindo diretamente para a atração de talentos, investidores e novos clientes.

Empresas que enxergarem o jurídico como força de liderança — e não como barreira de contenção — estarão melhor posicionadas para enfrentar os desafios reputacionais da nova economia, marcada por exigências éticas crescentes e escrutínio público constante.





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